sábado, 30 de maio de 2020

Dicas para melhorar sua interpretação textual

 
Amanda Felizardo Boraiko
2°Letras Português
PET-Letras

Sabemos que hoje em dia é muito importante a interpretação textual, para que possamos entender melhor um determinado texto, conteúdo do qual iremos adquirir vários conhecimentos e, precisamos praticar algumas dicas para ter uma melhor intepretação de variados textos que encontramos em várias áreas do conhecimento. 
  •  Leia todo o texto pausadamente:

Leia calmamente todo o texto e sem pausas, para entender sobre o que o texto se trata, e qual o posicionamento do autor.
  • Releia o texto e marque todas as palavras que não sabe o significado:

De uma maneira mais detalhada, após uma leitura calma, sublinhe com um marca texto ou caneta, as palavras e conceitos que você não conheça.
  • Pesquise o significado das palavras:

Através de dicionários, internet, procure o conceito, significado dessas palavras, para que depois de já ter lido o texto, você lembrará e entenderá melhor o que foi dito.
  • Separe os parágrafos do texto e releia um a um fazendo o seu resumo:

Após a leitura, volte ao texto e por parágrafo lido, faça um resumo breve, do que você tenha entendido sobre o texto e, isso já será o resultado de que você já está entendendo o texto.
  • Elabore uma pergunta para cada parágrafo e responda:

Após a leitura e resumo do texto, crie perguntas referente ao que você leu, para que você possa perceber se está entendendo o texto todo.
  • Questione a forma usada para escrever:

Se questione sobre a forma de escrita do autor, porquê escreveu de tal maneira, quando foi escrito este texto, isso será um complemento a sua interpretação textual e, para que não passe nada abatido, pesquise também sobre o autor e a época que foi escrito o texto.  
  • Faça um novo texto com as suas palavras, mas siga as ideias do autor:

Seria uma paráfrase, recrie um texto com a sua forma de interpretação, como você entendeu o texto, sem fugir da ideia central do autor, pegue as ideias principais do texto e tente as incluir em seu texto, escreva a mesma ideia do autor, mas da maneira que você tenha entendido, com suas palavras, e isso será o resultado de que você atendeu todo o texto.


REFERÊNCIAS
Toda matéria. DICAS DE INTERPRETAÇÃO TEXTUAL. Acesso em: https://www.todamateria.com.br/dicas-de-interpretacao-de-texto/

Guia do estudante. TÉCNICAS EM INTERPRETAÇÃO DE TEXTO. Acesso em:  https://guiadoestudante.abril.com.br/blog/dicas-estudo/veja-4-tecnicas-para-virar-um-especialista-em-interpretacao-de-texto/


segunda-feira, 25 de maio de 2020


Latim: os casos latinos
Paulo R. Prado e
Érika Müller

De acordo com Souza, caso é a maneira de escrever uma palavra, em Latim, de acordo com a função que ela exerce em na oração, ou seja, sua função sintática. Pra cada função existe um caso, que recebe um nome específico
O caso Nominativo traduz o sujeito da oração. A maneira mais fácil de encontrar o sujeito de uma oração é fazer a pergunta ao verbo. Quem ou quê? Ex: Na frase “Pedro chutou a bola”, pergunta-se: “quem chutou a bola?” A resposta será: Pedro. Sendo assim, Pedro é o sujeito da oração e será traduzido, em latim, para o caso nominativo.
O caso Genitivo serve para traduzir o adjunto adnominal restritivo. Na frase “A casa de Pedro é grande”, a palavra Pedro está exercendo a função de adjunto adnominal restritivo. No latim, traduz-se para o caso genitivo. No português, pode ser identificado pelas preposições “do, da, dos, das, de”.
O caso Dativo serve para traduzir o objeto indireto. Na frase “João depende de Pedro”, o verbo depender é transitivo indireto e requer um objeto indireto, pois depende de alguém ou de alguma coisa, não se pode dizer diretamente “João depende Pedro”, entre o verbo depender e Pedro, há um obstáculo, a preposição “de”, por isso, sua passagem é indireta. Traduzido, para o português, a palavra é acompanhada por uma dessas preposições: “a, ao, para, de”.
O caso Acusativo serve para traduzir o objeto direto. Na frase “Maria amava Pedro”, o verbo “amar” é transitivo direto, sendo assim, ocorre a presença de um objeto direto que, no caso é “Pedro”, pois quem ama, ama alguém ou alguma coisa. Sendo assim, “Pedro” será traduzido, para o latim, no caso acusativo, devido à sua função sintática na oração.
O caso Vocativo serve para traduzir o vocativo, essa palavra significa chamado. Ela pode ocupar três posições numa frase, pode vir no início da frase, no meio ou no fim. Ex: Na frase: “Pedro, faça a sua tarefa”, o vocativo, no caso, “Pedro” está no início da oração, pode ainda estar no meio como na frase “Faça, Pedro, a sua tarefa” ou ainda no final da oração com “Faça a sua tarefa, Pedro”. O uso de vírgulas é comum tanto no latim como no português e pode auxiliar na identificação do vocativo.
O sexto, e último caso, chama-se Ablativo, traduz a maioria dos adjuntos adverbiais que não são poucos, serve ainda para traduzir o agente da voz passiva. Um dos exemplos de como o caso ablativo pode ocorrer é adjunto adverbial de lugar “onde”, que indica o lugar onde alguém ou algo está: “estamos em casa” “estamos na sala”.

A primeira declinação latina

            Declinar uma palavra, segundo Souza, significa escrevê-la nos seis casos latinos, de acordo com a função sintática exercida por ela no contexto da oração. Nos dicionários, é comum as palavras serem apresentadas no nominativo seguidas da desinência referente ao caso genitivo, como a palavra “luna-ae”. No nominativo singular, “luna”, possui desinência “a” e no genitivo singular possui desinência “ae”. Luna (lua) é uma palavra de primeira declinação, antes de iniciar a declinação, seu radical deve ser identificado, o radical de “luna” é lun, após identificar o radical da palavra, basta seguir com a declinação dos outros casos latinos. Segue abaixo a declinação das palavras “luna-ae”, “stella-ae” e “corona-ae”:





Referência:


O uso de conectivos para a produção textual


            Os conectivos são utilizados para darem continuação, conectar frases, orações e, assim, proporcionando um sentido para o texto, proporcionando coerência e facilitando a transmissão da mensagem.
           É de grande importância o uso de conetores tanto para a formulação de uma redação como para um resumo, resenhas, trabalho de conclusão de curso. Convivemos e nos deparamos diariamente com textos com a utilização de vários conectores e que, sem eles podemos nos deparar com textos sem coerência textual.

A seguir, segue uma lista explicativa sobre os principais conectivos utilizados para a produção de textos:
           
Conectivos que indicam…
Exemplos:
introdução e relevância
primeiramente; em primeiro lugar; antes de mais nada; antes de tudo; acima de tudo; para começar; sobretudo; principalmente; primordialmente
sequência e continuidade
depois; após; logo depois; logo após; na sequência; imediatamente; em seguida; depois de; logo que; assim que; logo; então
conclusão, resumo e recapitulação
por isso; assim; assim sendo; então; logo; enfim; portanto; em conclusão; em síntese; em resumo; em suma; para terminar; por último; resumidamente; desse modo; dessa forma; dessa maneira; destarte; dessarte
adição
também; bem como; assim como; como também; como ainda; além disso; ainda; ademais; não só… mas também; não só… como também
afirmação e certeza
com certeza; certamente; sim; de certo; por certo; sem dúvida; seguramente; efetivamente; naturalmente; evidentemente; realmente; verdadeiramente; de verdade; decerto; com efeito
negação
não; nunca; jamais; de modo algum; de jeito nenhum; em hipótese alguma; tampouco
oposição
mas; porém; todavia; contudo; entretanto; no entanto; só que; embora; pelo contrário; ainda que; mesmo que; apesar de que; se bem que; ao passo que
causa e consequência
 por causa de; por isso; em virtude de; como resultado; por consequência; por conseguinte; haja vista; já que; uma vez que
tempo
quando; enquanto; sempre que; todas as vezes; às vezes; ao tempo que; no momento em que; agora; hoje; atualmente; frequentemente; constantemente; ao mesmo tempo; simultaneamente
dúvida
talvez; quem sabe; provavelmente; possivelmente; quiçá; se é que; porventura
finalidade ou propósito
para; para que; a fim de; a fim de que; com o fim de; com finalidade de; com o propósito de; com o intuito de; com o objetivo de; com o fito de
explicitação e exemplificação
isto é; ou seja; quer dizer; a saber; aliás; como se pode ver; por exemplo; a exemplo de; quer isto dizer; por outras palavras
reformulação
ou melhor; quer dizer; por outras palavras; dito de outro modo; em outros termos; mais precisamente
comparação e semelhança
igualmente; tal qual; assim como; bem como; assim também; tanto quanto; tão… quanto; tão… como; da mesma maneira; da mesma forma; do mesmo modo; de maneira idêntica; semelhantemente; similarmente; analogamente
conformidade
consoante; conforme; como; segundo; de acordo com; em conformidade com
condição ou hipótese
se; caso; eventualmente; desde que; contanto que; a menos que; a não ser que; sem que
proporção
à medida que; à proporção que; ao passo que; quanto mais; quanto menos
alternância
ou; ou… ou; ora… ora; quer… quer; em alternativa
surpresa
de repente; inesperadamente; subitamente; de súbito; de supetão; surpreendentemente; inopinadamente
opinião
na minha opinião; a meu ver; no meu entender; parece-me que; acho que; creio que; penso que; admito que; estou em crer que
chamada de atenção
destaca-se; salienta-se; é de referir; é de salientar; nota-se que; constata-se que; verifica-se que

Após a visualização da tabela dos principais conectores, partiremos para um exemplo de texto com a utilização deles:
Jovens delinquentes

Na noite de terça-feira passada (dia 9), em São Paulo, Victor Hugo Deppman, estudante de 19 anos, foi assassinado. As câmeras mostram que ele entregou seu celular, e o assaltante o matou sem razão, com um tiro na cabeça.
O criminoso se entregou à polícia declarando que faltavam dois dias para ele completar 18 anos. Apesar disso, conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), aos 20 anos e 11 meses, no máximo, ele voltará a circular. A gente não pode nem deixar anotado o nome do assassino para mantê-lo afastado de nossas vidas futuras: por ele ser menor, seu anonimato é preservado. É assim que protegemos o futuro do criminoso, para que, uma vez regenerado pela mágica de três anos de internação (alguém acredita?), ele possa facilmente reintegrar a sociedade e ser um cidadão exemplar, nosso vizinho.
Obviamente, nos últimos dias, multiplicaram-se os pedidos de revisão do próprio ECA. Marcos Augusto Gonçalves observou que, na boca dos políticos, esses pedidos escondem décadas de descaso em matéria de segurança pública. Concordo. Porém, à medida que não sou político, não vou deixar de discutir, mais uma vez, o estatuto do menor.

            Observa-se no texto como há vários desse conectivos que ajudam a dar continuação do texto, ajudam na explicação, alternância, entre outros. E nós, entendemos muito bem, havendo a concordância textual. A partir dessa análise textual, podemos partir para um texto sem nenhuma concordância textual, sem nenhum uso de conectores.


Circuito Fechado

Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova, creme dental, água, espuma, creme de barbear, pincel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria, água quente, toalha. Creme para cabelo; pente. Cueca, camisa, abotoaduras, calça, meias, sapatos, gravata, paletó. Carteira, níqueis, documentos, caneta, chaves, lenço, relógio, maços de cigarros, caixa de fósforos. Jornal. Mesa, cadeiras, xícara e pires, prato, bule, talheres, guardanapos. Quadros. Pasta, carro. Cigarro, fósforo. Mesa e poltrona, cadeira, cinzeiro, papéis, telefone, agenda, copo com lápis, canetas, blocos de notas, espátula, pastas, caixas de entrada, de saída, vaso com plantas, quadros, papéis, cigarro, fósforo. Bandeja, xícara pequena. Cigarro e fósforo. Papéis, telefone, relatórios, cartas, notas, vales, cheques, memorandos, bilhetes, telefone, papéis. [...] 

          Podemos observar que é apenas um texto com palavras soltas, sem sentido algum, não tem uma introdução, uma continuidade, uma conclusão, etc.

Amanda Felizardo Boraiko
2º Ano: Letras português 
Literatura de Língua Portuguesa
PET-LETRAS
REFERÊNCIAS

Brasil escola. CONECTORES. Acesso em: https://brasilescola.uol.com.br/redacao/conectores-discursivos.htm
Dúvidas de português. CONECTIVOS. Acesso em: https://duvidas.dicio.com.br/conectivos/
Português. TEXTOS SEM COESÃO. Acesso em: https://www.portugues.com.br/redacao/textos-sem-coesao.html

terça-feira, 19 de maio de 2020




Resumo: definição, recomendações e formatação


O que é resumo?

   Segundo Gonsalves (2007. P.45-46), é um texto de menor extensão que destaca ideias do texto original com fidelidade. Resumir é reunir em um texto, de forma sintética, informações de outro texto que queremos apresentar para o leitor, ressaltando as informações primárias, principais.
   Para Gonsalves, existem três categorias de resumo: indicativo, crítico e informativo. O resumo indicativo é caracterizado por não dispensar a leitura do texto original, não utilizar expressões como “o autor diz que” e é também conhecido como resumo síntese. O crítico, como o próprio nome assinala, é aquele que demonstra julgamento em relação ao texto-base, nele utilizamos os pronomes “nós” ou “eu”. Já o resumo informativo contem todas as informações principais do texto original e dispensa a leitura desse por parte do leitor. Ele informa acerca do conteúdo, ideias, metodologia, objetivo do autor, fundamentação teórica e conclusões do texto-base. Para identificar esse tipo de resumo, basta conferir se ele possui palavras-chaves no final.
   É no resumo informativo que iremos focar, pois ele é também nomeado de resumo acadêmico. Este tipo de resumo é o utilizado em artigos, por exemplo. E é, geralmente, a última parte que produzimos do artigo, porque ele precisa constar todas as informações fundamentais desse.
   Primeiro, algumas recomendações para a produção do resumo:
  •         apresente as informações de modo conciso;
  •          faça uma retextualização do texto original e não uma cópia;
  •          mantenha as relações estabelecidas entre as ideias;
  •          seja objetivo;
  •         lembre-se de adequar a linguagem ao seu público-alvo (o que vale para a produção de qualquer texto).

   O que evitar:
  •          exemplos;  
  •          explicações detalhadas;
  •          expressões e/ou estruturas sinônimas;
  •          justificativas para uma afirmação;
  •          informações inferidas facilmente;
  •          o que não se relaciona diretamente com o texto original.

  Vamos, então, para a organização dos dados do resumo informativo. Primeiramente, devemos revelar o objetivo e o tema do texto original, depois, é necessário expor a revisão da literatura, isto é, os estudos de autores utilizados para o respaldo teórico. Além disso, devemos falar sobre a metodologia, ou seja, a maneira como – no caso de um artigo científico – a pesquisa foi conduzida e, por fim, apresentamos as conclusões, resultados e considerações, sejam elas as encontradas ou esperadas pelo estudo.

   Para formatação do resumo:

 O título deve ser centralizado e negrito; uma linha após ele devemos colocar nosso sobrenome e nome, adicionando uma nota de rodapé com nossa filiação acadêmica e email. Para essa nota de rodapé, usamos fonte Calibri de tamanho 10 e alinhamento a esquerda; depois de nosso nome, pulamos uma linha e começamos o resumo. Para ele, assim como no título, usamos fonte Ariel, tamanho 12, o alinhamento é justificado, o espaçamento é simples e o mínimo- máximo de palavras é de 250 a 300. Após o resumo em si, inserimos as palavras-chaves (essa expressão deve estar em letras maiúsculas): serão de três a cinco palavras separadas por ponto.

   
Para ilustrar o que trabalhamos, deixamos aqui um artigo científico e um resumo informativo (acadêmico) produzido a partir dele:

Resumo:


segunda-feira, 18 de maio de 2020

ORIGEM E EVOLUÇÃO DO LATIM


   O latim deriva de línguas arcaicas faladas na região do Lácio antes da fundação da cidade de Roma, principalmente o osco, o umbro e o etrusco, consolidando-se gramaticalmente a partir do século III a.C. Do local de origem (Lácio = Latium, no idioma deles) provém o nome LATIM.

No apogeu do império romano, sofreu muita influência do idioma grego, predominante então na região do mediterrâneo. Teve seu período clássico entre os anos 81 a.C e 17 d.C., época dos principais escritores latinos: Cícero, César, Vergílio, Horário, Ovídio, Tito Lívio, dentre outros.
   As guerras de conquistas do exército romano levaram o latim popular, falado pelos soldados romanos, para outras regiões da Europa, onde interagindo com idiomas locais, deu origem às atuais línguas neolatinas.
   Como acontece em todo idioma, havia a língua gramaticalmente correta dos literatos e a língua popular, falada pelo povo de pouca instrução e sem preocupação com a correção gramatical. Foi esta última que se espalhou pela Europa e, no caldeirão dos dialetos regionais, comandou a formação das línguas neolatinas, inclusive o português.
   O português foi o resultado da mistura do latim com o galego, principal lingua falada na região do Condado Portucalense, que hoje corresponde a Portugal. Foi uma das línguas derivadas do latim que mais demorou a se formar, sendo provavelmente este o motivo de ser o português tão dessemelhante ao latim, diferentemente das outras línguas neolatinas, que mais se aproximam da origem, sobretudo o romeno.

   O latim é uma língua embasada fundamentalmente na sintaxe, ou seja, na função relativa que as palavras ocupam nas frases. Em razão disso, a maioria das palavras latinas são compostas de uma parte fixa (radical) e uma parte variável (terminação ou desinência), excetuados os advérbios, preposições e conjunções. A terminação ou desinência varia de acordo com a função sintática da palavra. Por isso, diz-se que o latim é declinável.
Todas as palavras variáveis (excetuados os verbos) são classificadas em cinco declinações, cada uma com seis casos. Os verbos classificam-se em quatro conjugações. Os 'casos' indicam a função sintática da palavra e a 'declinação' indica o agrupamento de palavras em torno de um tema que caracteriza a sua formação morfológica. Cada declinação tem suas desinências próprias tanto no singular quanto no plural.

Os seis casos são os seguintes:
a) nominativo – quando a palavra é sujeito ou predicado deste;
b) genitivo – é o adjunto ou complemento restritivo, em geral, regido pela preposição 'de';
c) dativo – quando a palavra é objeto indireto de um verbo;
d) acusativo – quando a palavra é objeto direto de um verbo;
e) vocativo – é um chamamento ou interpelação;
f) ablativo – é um adjunto adverbial indicando tempo, lugar, modo, causa, instrumento, quase sempre regido pelas preposições 'em', 'com', 'por'.

As declinações são identificadas pela desinência do genitivo singular, desta forma:
a) genitivo singular em 'ae' (æ) – 1a. Declinação;
b) genitivo singular em 'i' – 2a. Declinação;
c) genitivo singular em 'is' – 3a. Declinação;
d) genitivo singular em 'us' – 4a. Declinação;
e) genitivo singular em 'ei' – 5a. Declinação.
Por exemplo: no dicionário, você encontra a palavra 'águia' assim 'aquila, ae', indicando que pertence à primeira declinação. A palavra 'bom' está escrita 'bonus, i', indicando que é da segunda declinação. A palavra 'trabalho' está assim 'labor, is', indicando que é da terceira declinação. E assim por diante.

Outras observações importantes:
a) em latim, não há artigos definidos ou indefinidos, contudo na hora da tradução deve-se adotar o correspondente em português, conforme o sentido;
b) além dos verbos, também alguns adjetivos e todas as preposições têm regência sobre as palavras que os acompanham, interferindo assim na sua desinência.








Fonte:
https://www.recantodasletras.com.br/gramatica/5092116

terça-feira, 12 de maio de 2020


Dr. Stone

João Tiago G. Cozechen

        Já imaginou se você vivesse em um mundo onde não existisse ciência e todas as facilidades da sua vida moderna como telefone, eletricidade, carros, remédios e até coisas mais simples como o sabão não existissem? O anime Dr. Stone nos mostra esse mundo. No anime, todas as pessoas transformaram-se em pedra e depois de 3700 anos, como era de se esperar, o planeta se recuperou de toda a destruição e poluição que a humanidade causou. Entretanto, com esse planeta limpo e cheio de vida, veio também um mundo sem tecnologia.
           O anime começa com o garoto Taiju Oki, que tenta declarar seu amor para a garota que ele gosta, Yuzuriha Ogawa, mas, como nem tudo na vida são flores, uma luz vem na direção deles e todos que são atingidos por ela transformam-se em pedra. Taiju até tenta proteger Yuzuriha com seu corpo, mas os dois acabam se petrificando.
Dr. Stone (Serie de TV, 2019): corazón de piedra |
            Depois de 3700 anos, nós vemos Taiju se libertando e explorando a grande floresta onde se encontra. Consequentemente, o jovem encontra o local onde Yuzuriha se transformou em pedra e descobre que ela ainda está inteira e provavelmente viva, já que seu corpo de pedra não foi destruído.
Reseña | Dr. Stone – Capítulo 1 — Kudasai
        Feliz por encontrá-la, Taiju percebe uma mensagem na árvore onde sua amiga estava. “Desse o rio grandalhão”.  Após ler a mensagem, o garoto segue o rio e encontra seu velho amigo e protagonista da história, Senku Ishigami, que havia acordado meio ano antes que ele. Foi esse protagonista quem descobriu como fazer os corpos voltarem ao normal e junto com Taiju começa a trabalhar e fazer coisas que eram impossíveis para Senku sozinho, já que apesar de sua inteligencia ser excepcional, seu corpo não é forte como o de seu amigo.
       Senku é um jovem gênio, fascinado pelas estrelas desde pequeno. Graças a sua paixão, começa a estudar ciência e fazer muitas experiências malucas, que o levam ao seu objetivo de trazer todas as pessoas de volta e recuperar toda a ciência perdida. Entretanto, ele encontrará muitos obstáculos durante sua jornada; como um arqui-inimigo, chamado Tsukasa, que será contra seus ideais de recriar aquele mundo que era cheio de guerras, poluição e destruições. Tsukasa não quer trazer os adultos de volta, é totalmente contra a ciência e deseja criar um mundo puro.
Geek Guia - O seu manual de sobrevivência nerd: Dr. Stone - INDICAÇÃO
      Dr. Stone é um anime que trabalha com a ciência de um jeito bem peculiar. Há um enfoque em cada experiência e realização de Senku, que nos mostra como antigas lendas da ciência, como Thomas Edison, realizavam suas experiências e descobertas de forma bem explicada e detalhada. Dr. Stone é repleto de aventuras e batalhas, mas dá tanta atenção e importância à ciência que pode fazer quem gosta do assunto amar o anime.

Teixeira de Pascoaes e o Saudosismo em Portugal: breves considerações



Por Mariane Ramos Rodrigues Roman

Resumo
            Neste pequeno trabalho buscamos desenvolver um breve estudo sobre o poeta Teixeira de Pascoaes e sua obra. Iniciaremos retomando o movimento Simbolista, em seguida contextualizaremos o Saudosismo de Pascoaes como uma ilha na transição do Simbolismo para o Modernismo Português. Para discorrer a respeito do pensamento de Pascoaes e do contexto histórico do acontecimento de sua obra, nos apoiaremos em Jorge Coutinho, Massaud Moisés, Fernandes da Fonseca, A. Margarido e Álvaro Cardoso Gomes. Nosso objetivo é demonstrar como a poesia pascoaesiana se configurou no cenário político de Portugal, sua relevância para a Renascença Portuguesa e como as memórias e saudades que exalam de seus poemas fizeram do Teixeira de Pascoais o fundador e maior representante do Saudosismo de Portugal.

O contexto Sociocultural Português como cenário da Saudade Pascoaesiana
Na evolução cultural portuguesa temos como pontos importantes o Movimento Simbolista e o Movimento Modernista que ocorrem nos fins do século XIX e início do século XX. O Simbolismo é o percursor do Modernismo, seus planos de ação são: político, mental, moral e literário. As obras e autores deste período abarcam todas essas quatro questões e tem por essência o espiritualismo e a filosofia, fruto de um povo desiludido das "verdades absolutas" vindas do cientificismo, materialismo, positivismo e criticismo almejava a transcendência do ser. A estética tanto do simbolismo e início do modernismo é antirrealista e são correntes literárias que se propuseram a ir além do realismo.
A Saudade, entendida como
“o próprio sangue espiritual da Raça; seu estigma divino, seu perfil eterno. Claro que é a saudade em seu sentido profundo, verdadeiro, essencial, isto é, o sentimento-ideia, a emoção refletida, onde tudo o que existe, corpo e alma, dor e alegria, amor e desejo, terra e céu, atinge sua unidade divina. Eis a Saudade vista em sua essência religiosa, e não em seu aspecto superficial e anedótico de simples gosto amargo de infelizes. (GOMES, 1994, pg. 117)

O modernismo, já nesse ímpeto de espiritualidade, filosofia e psicologia (com o apogeu da psicanálise), se orienta mais para a exagerada exaltação do eu e tem como característica mais marcante a ruptura das tradições, o que vem a criar discórdia entre o homem e o mundo real/material. Em meio a essa transição modernismo para simbolismo temos quase que um dos grandes outros "ismos", que por muito pouco não se consagrou, o Saudosismo que ficou entre meio a esta virada de século, seu líder intelectual foi Teixeira de Pascoais que fez a frente num grupo intelectual em torno da Renascença Portuguesa, ao que rejeitou as características do simbolismo e tentou preservar algumas coisas da tradição no modernismo. A condição de produção foi a proclamação da República em Portugal, o nacionalismo esteve fortemente presente no simbolismo, o Saudosismo intentava recuperar valores para integrar a realidade. A saudade no seu sentido de “sentimento ideia” “emoção refletida” dentro do saudosismo deseja reunir o tudo numa coisa só, uma unidade entre o homem, corpo e no saudosismo cria uma elevação ideal quase que como uma religião. O nacionalismo é muito forte nesse período onde os portugueses querem recuperar a Raça e cria um novo Portugal, mas as questões do saudosismo acabaram por não passar do ideário de seu mentor o Saudosismo “não chegou a superar a estética simbolista nem a integrar-se no Modernismo” (GOMES 1994).

A Origem Bucólica de Teixeira de Pascoais
Pseudônimo de Joaquim Teixeira de Vasconcelos, nasceu em Gatão (Amarante), em 1877. Formado em Direito em Coimbra (1901), entra a advogar em Amarante e no Porto. Em 1912, dirige A Águia e torna-se figura central do Saudosismo. De família abastada, logo se recolhe à vila natal entregue a uma existência bucólica e idílica defronte à serra do Marão, e lá falece em 152, cercado de admiração e prestígio (MOISES, pg. 237). Engaja no movimento Renascença Portuguesa onde inicia sua carreira intelectual, embora poeta desde jovem. Um visionário de obra extensa e imensurável contribuição ao intelectualismo português.

A Obra e o pensamento de Teixeira de Pascoaes

Podemos dizer que Pascoaes foi um sonhador saudosista, seu apreço pela observação da natureza e o desejo de  reconectar o humano com a terra-mãe demonstram sua tendência à retomada dos genuínos valores românticos do povo português (Renascença Portuguesa), em meio a uma sociedade decadente do início do século XX. Porém seus ideais fugiam um pouco do tradicionalismo fundamentalista do movimento romântico já ultrapassado pelo realismo. Como afirma Coutinho:
Naturalmente religioso, sempre se considerou cristão e sempre considerou o Cristianismo como a mais alta expressão histórico-religiosa. A sua simpatia ia, porém, para o que considerava o Cristianismo romântico ou dramático, procedente de Paulo, não para o clássico ou romano, proveniente de Pedro e facilmente identificável com o Catolicismo. Tanto no plano religioso como no político-ideológico e no intelectual, Pascoaes era um espírito aberto e livre, independente e anti-dogmático, avesso a credos estabelecidos, propenso à heresia ou à heterodoxia (COUTINHO, 1994)

Para Pascoaes, a religiosidade e a transcendência estão ligadas intimamente com o sentido da vida. O autor se volta também para o pensamento panteísta, buscando restaurar a íntima relação do homem com a natureza, numa quase adoração aos seus elementos. Nos versos do poema Canção Duma Sombra podemos notar este elemento:

Se não fosse esta fonte que chorava
E como nós, cantava e que secou...
E este sol que eu comungo, de joelhos,
Eu não era o que sou.

O poema abaixo foi dedicado ao poeta Guerra Junqueiro, e exala melancolia, tristeza e uma saudade que parece transcender o plano físico:

Espectros nebulosos
Remotos ascendentes
Emergem na penumbra que flutua
Toda embebida em lua

E rodeiam-me, tristes, misteriosos.
Neles me perco e me difundo...
Longe da minha idade...
E tudo, para mim, é trágica saudade.

Aqui podemos notar e ressaltar a riqueza psicológica do poeta e a maneira como os mitos de sua infância tomam forma e se misturam com sua personalidade. O saudosismo se mostra muito presente no poema, de forma melancólica que demonstra que Pascoaes foi um “livro de memórias vivo, um homem-recordação, que tudo guardava no seu íntimo museu de saudade”. (COUTINHO, 1994)
A obra pascoaesiana sofreu uma reviravolta evolutiva quando o poeta se viu apaixonado por Leonor, em suas palavras, “rapariga de cabelo loiros em anéis, a cercar-lhe a cabeça dourada. Rosto ruborizado de pudor e aureolada de luminosidade divina.” (PASCOAES, 1909).
Esse amor frustrado inaugurou uma nova fase na obra do autor, que transformou sua poesia lírica em poesia filosófica. A obra Marânus, de 1911, vem para coroar essa nova tendência, e também obras como Regresso ao Paraíso, Elegias, entre outras, nos dão uma nítida ideia da dimensão poética do autor, que conseguiu refletir a estrutura do pensamento português. Abaixo um pequeno recorte da obra Marânus:
Bela, formosa e linda, em sua graça,
tangível e corpórea, o sangue vivo
inundava de rósea claridade
o seu busto perfeito. Um primitivo
ar inocente e agreste lhe aquecia
a brancura da testa. E, nos seus olhos
dum negro sério e místico, sorria.
A infância, a idade de oiro. E sua virgem,
diáfana atitude harmoniosa
subia, para o céu, da terra escura,
num ímpeto, tão firme e embrandecido,
que era uma estátua em mármore e ternura.

Marânus pode ser considerada a mais famosa obra de Pascoaes, “porque é uma daquelas em que o poeta melhor define alguns de seus conceitos sobre a essência e a evolução do ser. Marânus é o poema do seu ‘enamoramento’, no qual nos confronta com essa essência do ser”. (FONSECA,2003)
O saudosismo e a religiosidade continuam a compor seus poemas, porém agora a metafísica começa a transcender em seu pensamento, como podemos notar em Elegia do Amor, de 1924:
Lembras-te, meu amor,
Das tardes outonais,
Em que íamos os dois,
Sozinhos, passear,
Para fora do povo
Alegre e dos casais,
Onde só Deus pudesse
Ouvir-nos conversar?
Tu levavas, na mão,
Um lírio enamorado,
E davas-me o teu braço;
E eu triste, meditava
Na vida, em Deus, em ti…
...
E uma vez, quando a noite
Amortalhava a aldeia,
Tu gritaste, de susto,
Olhando para a serra:
- Que incêndio! – E eu, a rir,
Disse-te: - É a lua cheia!...
E sorriste também
Do teu engano. A lua
Ergueu a branca fronte,
Acima dos pinhais,
Tão ébria de esplendor,
Tão casta e irmã da tua,
Que eu beijei, sem querer,
Seus raios virginais.
E a lua, para nós,
Os braços estendeu.
Uniu-nos num abraço,
Espiritual, profundo;
E levou-nos assim,
Com ela, até ao céu…
Mas, ai, tu não voltaste
E eu regressei ao mundo.

Essa elegia traz o saudosismo pascoaesiano nos versos carregados de memórias e saudades. A natureza também se faz presente na figura da lua, que traz toda a espiritualidade panteística do poeta. A lua é tomada como um quase deus, que pode enlevar o Eu Lírico ao ‘céu’.
Margarido (1966) afirma que o autor “busca descortinar nos seres passados, os elementos que dão forma à intencionalidade da consciência e que pelo seu significado simbólico podem até fazer prever o futuro. E isso é simultaneamente criatividade poética e criatividade filosófica”.
Como se viu, Pascoaes se configura como fundador do pensamento saudosista, e constrói uma “ilha” literária entre o simbolismo e o modernismo, pois nega os ideais do primeiro e é alheio às inquietações que lançam os fundamentos do segundo. Moisés (1972), afirma que “... para o poeta, tudo se concentra no sentimento difuso, vago e agridoce, da saudade, de que deriva um estado místico e metafísico ao mesmo tempo, porque a saudade tem nele sentido etéreo, inespacial e intemporal: é o homem perante o destino, perante a saudade.”
Ainda segundo Moisés (1972), a poesia de Pascoaes não exerceu grande influência em seu tempo, pois estava dissociada dos compromissos e tendências da cultura e da sociedade da época, dividindo assim a crítica entre aqueles que o colocam logo após Camões e aqueles mais comedidos, que reconhecem seu valor, porém longe da grandeza de autores como Camões, Antero ou Fernando Pessoa. A verdade é que não podemos negar sua genial intuição poética que o faz merecer lugar privilegiado na história da Literatura Portuguesa.




Referências
MOISÉS, M. A Literatura Portuguesa. Cultrix. São Paulo, 1972.
MARGARIDO, A. Teixeira de Pascoaes – a obra e o homem. Arcádia. Lisboa, 1966.
FONSECA, A. F. Teixeira de Pascoaes, o Poeta Filósofo. Universidade do Porto. Porto, 2003.
COUTINHO, J. O Pensamento de Teixeira de Pascoaes – estudo hermenêutico e crítico. Tese de doutorado. Faculdade de Filosofia de Braga. Braga, 1994
GOMES, A. C. A Literatura Portuguesa em Perspectiva. Atlas. São Paulo,1994.

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