quarta-feira, 6 de maio de 2020


O feminismo no cinema moderno

                                                                

Imagem do filme A Grande Cidade (1963).

Raiane Vicente

Pós-II Guerra Mundial, na década de 60 houve interesses diferentes na indústria cinematográfica, resultando assim novos filmes com críticas diferentes do que era abordado, esse momento foi chamado de cinema moderno.
O feminismo no cinema moderno se iniciou em 1960, onde novas críticas começam a surgir a respeito de como a figura feminina era representada nos filmes, um exemplo disso é o filme A Grande Cidade. A obra, de 1963, é um melodrama que retrata a mulher urbana dos anos 60. Em sua narrativa, o longa fala sobre um pai de família que perde o emprego ao mesmo tempo que a mulher começa a trabalhar como vendedora para manter a casa. Nas perspectivas da época isso era uma humilhação para a figura masculina. Até a década de 60 a representatividade feminina era clichê, a figura feminina era vista como um ser frágil, sensível e um objeto de interesse masculino.
            Jean-Luc Godard chegou a dizer: “Tudo o que você precisa para fazer um filme é uma garota e uma arma”. Nesse ponto de vista o homem era o sujeito importante na trama e a mulher era apenas mais um adereço. Os papéis desempenhados por mulheres variavam entre o de mãe, dona de casa e esposa e o de mulher em perigo, que seria resgatada pelo protagonista que era considerado herói. Sendo assim os papéis femininos existiam apenas com a função da relação com os homens.
Após novas críticas surgirem, sobre como a mulher era representada, os filmes foram se reinventando, e aos poucos as histórias tinham como centro a figura feminina, a mulher interpretava a força feminina, seus desejos, suas perspectivas, seus amores etc.

                    O cinema de mulheres deve liberar visualmente a imagem da mulher e propor temas muitas vezes combatidos pela opinião pública, como a questão do aborto, da violência contra a mulher, dos conflitos e tensões sociais expressos através da família e dos desencontros amorosos (...) (GUBERNIKOFF, 2016, p. 36-37).

A crítica feminista foi de grande importância para a mudança de atitudes e pensamentos antigos, e com isso a mulher ganhou o seu espaço no mundo do cinema. Usamos como exemplo o filme Gertrud de 1964, no qual é retratado a história de uma mulher idealista que só aceita o amor incondicional, sincero e exigente. Por isso, ela rejeita os três homens que a amam, e escolhe viver em Paris, toda sua dedicação não vai de encontro ao homem, mas sim ao aperfeiçoamento da mente.


Imagem do filme Gertrud (1964).


Referências:

BERGAN, R. Ismos: para entender o cinema. São Paulo: Globo, 2010, p. 138-139.
GUBERNIKOFF, G. Cinema, identidade e feminismo. São Paulo: Pontocom, 2016, p.36-37.
MOTA, I. 15 grandes filmes feministas. Hysteria, 2018. Disponível em: https://hysteria.etc.br/ler/15-grandes-filmes-feministas/. Acesso em: 17 abril 2020.

Sem comentários:

Enviar um comentário

                                                    REGÊNCIA VERBAL Sabrina Markoski Neste último post sobre sintaxe de regência, vamo...