O
feminismo no cinema moderno
Imagem do filme A Grande Cidade (1963).
Raiane Vicente
Pós-II
Guerra Mundial, na década de 60 houve interesses diferentes na indústria
cinematográfica, resultando assim novos filmes com críticas diferentes do que
era abordado, esse momento foi chamado de cinema moderno.
O
feminismo no cinema moderno se iniciou em 1960, onde novas críticas começam a
surgir a respeito de como a figura feminina era representada nos filmes, um
exemplo disso é o filme A Grande Cidade.
A obra, de
1963, é um melodrama que retrata a mulher urbana dos anos 60. Em sua narrativa,
o longa fala sobre um pai de família que perde o emprego ao mesmo tempo que a
mulher começa a trabalhar como vendedora para manter a casa. Nas perspectivas
da época isso era uma humilhação para a figura masculina. Até a década de 60 a
representatividade feminina era clichê, a figura feminina era vista como um ser
frágil, sensível e um objeto de interesse masculino.
Jean-Luc
Godard chegou a dizer: “Tudo o que você precisa para fazer um filme é uma
garota e uma arma”. Nesse ponto de vista o homem era o sujeito importante na
trama e a mulher era apenas mais um adereço. Os papéis desempenhados por
mulheres variavam entre o de mãe, dona de casa e esposa e o de mulher em
perigo, que seria resgatada pelo protagonista que era considerado herói. Sendo
assim os papéis femininos existiam apenas com a função da relação com os
homens.
Após
novas críticas surgirem, sobre como a mulher era representada, os filmes foram
se reinventando, e aos poucos as histórias tinham como centro a figura feminina,
a mulher interpretava a força feminina, seus desejos, suas perspectivas, seus
amores etc.
O cinema de mulheres deve liberar
visualmente a imagem da mulher e propor temas muitas vezes combatidos pela
opinião pública, como a questão do aborto, da violência contra a mulher, dos
conflitos e tensões sociais expressos através da família e dos desencontros
amorosos (...) (GUBERNIKOFF, 2016, p. 36-37).
A
crítica feminista foi de grande importância para a mudança de atitudes e
pensamentos antigos, e com isso a mulher ganhou o seu espaço no mundo do cinema.
Usamos como exemplo o filme Gertrud
de 1964, no qual é retratado a história de uma mulher idealista que só aceita o
amor incondicional, sincero e exigente. Por isso, ela rejeita os três homens
que a amam, e escolhe viver em Paris, toda sua dedicação não vai de encontro ao
homem, mas sim ao aperfeiçoamento da mente.
Imagem
do filme Gertrud (1964).
Referências:
BERGAN, R. Ismos: para entender o cinema. São Paulo:
Globo, 2010, p. 138-139.
GUBERNIKOFF, G. Cinema, identidade e feminismo. São
Paulo: Pontocom, 2016, p.36-37.
MOTA, I. 15 grandes
filmes feministas. Hysteria, 2018. Disponível em: https://hysteria.etc.br/ler/15-grandes-filmes-feministas/.
Acesso em: 17 abril 2020.
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