Sintaxe
de Regência
Vamos trabalhar a sintaxe de
regência em três posts, este, o primeiro, será uma introdução. O segundo trabalhará
a regência nominal e o terceiro, a verbal.
O que é sintaxe? Sintaxe é uma
parte da gramática que “estuda as palavras associadas na frase”. (CEGALLA,
2008, p. 317)
Então, a sintaxe de regência
estuda e explica “as relações de dependência que as palavras mantêm na frase”.
(CEGALLA, 2008, p. 483). Ou seja, iremos entender como um termo rege outro
que o complementa, isso é a regência.
Existem dois tipos de
regência, a nominal e a verbal, a primeira trata dos nomes (substantivos e
adjetivos) e a segunda trata dos verbos. Vejamos dois exemplos:
A professora tem necessidade de avaliar os alunos à O termo regente é
“necessidade”, que é um nome (substantivo), então temos aqui regência nominal.
Vamos à libraria à O termo regente é “vamos”, que é um verbo,
nesse caso temos regência verbal.
Em um período encontramos os
termos regentes, os quais também chamamos de subordinantes, porque eles
subordinam outros termos. E os regidos ou subordinados, pois esses se
subordinam aos outros termos, completando ou ampliando seus sentidos.
·
Regentes/Subordinantes: substantivos, adjetivos
e verbos;
· Regidos/Subordinados: complemento verbal,
complemento nominal, objeto direto, objeto indireto, adjunto adverbial, agente
da passiva, etc.
As preposições são muito
importantes para a sintaxe de regência, já que em muitos períodos ligam os
termos regentes aos regidos. Ocorre também, a regência por meio de conectivos
subordinativos, que são as conjunções subordinativas causais, comparativas,
concessivas, condicionais, conformativas, temporais, finais, consecutivas
(indicam consequência), proporcionais e integrantes. E há ainda, os períodos
com objeto direto, nesses casos, não há preposição ou conjunção ligando o termo
subordinante ao subordinado.
Agora, vamos observar alguns
casos específicos de regência.
“O sujeito nunca é regido de
preposição. Entretanto, por eufonia, pode-se contrair a preposição de
com o sujeito, ou seus adjuntos, em orações reduzidas de infinitivo:
Antes de o sacerdote
iniciar a missa, os fiéis entoaram cantos. Ou:
Antes do sacerdote
iniciar a missa, os fiéis entoaram cantos.” (CEGALLA, 2008, p. 484)
“O modo dele falar soou-me
agressivo.” (RAQUEL DE QUEIRÓS)
Já quando o sujeito é o
pronome eu, não ocorre contração:
No caso de eu não
conseguir, por favor, me ajude.
Agora, lembremos do objeto
direto. Sabe-se que ele se liga ao verbo sem necessidade de preposição, porém
um objeto direto pode ser preposicionado:
“O marido era rico, e ela em
escrúpulo arruiná-lo-ia, a ele e ao papá Monforte.” (EÇA DE
QUEIRÓS)
Quando há objeto indireto este
termo é regido por preposição implícita ou explícita. A preposição é implícita em
pronomes objetivos indiretos: me, te, se, lhe, nos, vos, lhes.
Ele cuida-me = Ele cuida de
mim;
Eu obedecia-lhe = Eu obedecia a
ele.
“As orações objetivas
indiretas normalmente são regidas pela preposição:
Gosto de que vivam
felizes.
Lembra-te de que a vida
é breve.
Persuadi-os a que
fugissem.” (CEGALLA, 2008, p. 485)
Porém, os escritores costumam
omitir o nexo prepositivo:
“Não se dignou abrir os
olhos.” (J. GERALDO VIEIRA) [= de abrir os olhos]
“Esqueceu-se que tenho cinquenta
anos? (CAMILO CASTELO BRANCO) [= de que tenho...]
Lembrete: a norma-padrão
indica a não omissão da preposição.
Referência: CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2008.
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