A
história da língua inglesa e sua influência no mundo moderno.
André Sant’Ana
Granville
A
língua inglesa é conhecida como a língua franca do mundo, isso significa que
foi adotada por um grupo multilíngue de pessoas como a língua que deva ser
utilizada para que a comunicação seja possível. O inglês vem ganhando destaque
no mundo desde a metade do século XX, com a expansão econômica de países que a
usam como língua nativa, como Estados Unidos e a Grã-Bretanha, provando que de
fato existe uma relação entra língua e poder.
O
inglês é a terceira língua mais falada no mundo, atrás do espanhol e do
mandarim, com cerca de 800 milhões de falantes ao redor do globo, sendo eles
aproximadamente 360 milhões de falantes nativos e 500 milhões de falantes que
utilizam o inglês como segunda língua. A facilidade do aprendizado dessa
língua, os fortes poderes culturais que países nativos do inglês exercem no
mundo atual fazem dessa língua uma das mais admiradas por estudantes de todo o
mundo, e aqui, buscaremos aprender um pouco sobre a história do inglês.
Os
primeiros registros da língua inglesa, ou Old English (Inglês Antigo) datam do
século V, quando povos anglo-saxões começaram a migrar para a ilha do atual
Reino Unido e misturar a sua língua com o povo celta que já a habitava. Esses
povos, formados de anglos, saxões e jutos, rapidamente se espalharam pelo novo
país e daí começou a nascer a nova língua que se tornaria o inglês que
conhecemos. Esse primeiro estágio da língua inglesa teve forte raiz nas línguas
germânicas, característica que pode ser notada até hoje em estudos comparativos
do inglês.
Podemos
ver no trecho do único poema sobrevivente do Velho Inglês que data do século
VIII, Beowulf, que a língua inglesa era muito mais primitiva e bárbara em sua
estrutura com muitas consoantes e poucas vogais, mostrando a diferença da raiz
da língua que conhecemos e o quão pouco sobreviveu dessa língua até hoje:
“Gǣð ā Wyrd swā hīo scel!”
“Fate goes ever as it must.”
Após
sofrer grande influência das línguas nórdicas com invasões principalmente
dinamarquesas, do francês derivado de invasões do que viria a ser a Normandia,
e posteriormente do Latim do Império Romano, do século XII ao XV, o inglês
sofre nova mudança e alcança o seu segundo estágio, chamado de Middle-English (Inglês
Médio), onde se pode ver uma nova estruturação da língua e uma drástica
influencia de palavras mais sutis derivadas dessas novas línguas, tornando-se
cada vez mais parecida com a língua que conhecemos hoje. Um grande exemplo de
palavras que sobreviveram do Velho Inglês até hoje em comparação com a mudança
ocorrida nesse período de tempo é a palavra ‘strength’, que significa “força”.
Podemos ver a presença de uma única vogal, entre sete consoantes, que ilustra
de forma clara a preocupação do Old English em mostrar força em sua língua,
enquanto de influencia francesa temos por exemplo a palavra ‘entrepreneur’ que
significa “empreendedor” ou então ‘cafe’ com o significado claro para quem fala
a língua portuguesa. O francês e o latim mostram a influência em palavras que
são muito mais sutis, prestigiando muito mais a preocupação com a literatura, a
poesia e a beleza ao invés da força.
O
Middle-English foi marcado pela grande expansão da língua, permitindo assim que
vários livros pudessem ser publicados nesse período, muitos deles explicitando
a nova mudança de sua língua já tratadas aqui, como por exemplo: “Le Morte
d’Arthur” de Thomas Mallory, 1485. “Troilus and Cressida” de Geoffrey Chaucer,
o clássico “The Canterbury Tales” também de Chaucer e muitos outros publicados
na mesma época. Uma nova visão do inglês começava a se formar e se propagava na
sua literatura e estudos históricos da época, chegando até nos como a primeira
fonte da língua que se tornaria o Inglês Moderno.
A
transição para o Inglês Moderno se deu no final do século XIV e começo do XV,
com a morte de Chaucer, autor mais proeminente da língua inglesa da época, o
retorno da monarquia, a invenção da prensa e a Renascença. Essa mudança se deu
pela grande migração que ocorreu nesse período de outros países e outras
regiões da Grã-Bretanha para Londres. A população aumentava gradativamente a
cada ano e todas as diferentes línguas e dialetos entravam em combate direto
com o inglês da capital, e isso fez com que o processo que começou com Chaucer
se tornasse cada vez mais sólido, misturando-se com o novo apreço ao
aprendizado e a melhora da sociedade previstos nos fundamentos da Renascença, o
resultado foi o primeiro contato com o inglês que nos cerca no dia a dia da atualidade.
A
língua inglesa é uma das línguas mais estudadas no mundo e a influência que ela
tem em nossas vidas está presente diariamente e em constante crescimento (e
também mudanças, que, como vimos, é natural em uma língua com número grande de
falantes no mundo), e isso requer cada vez mais de todos nós o seu
conhecimento. Hoje, o inglês é um requisito proposto para o ingresso em
universidades, em empregos, e até mesmo na incessante interação social que
presenciamos com a globalização da modernidade. Por quanto tempo o inglês será
a língua franca do mundo é difícil prever, mas enquanto isso, estudarmos inglês
é cada vez mais fundamental para uma boa vida acadêmica.
Referencias
CAMPOS,
Giovana Teixeira. Gramática Língua
Inglesa, 1° Ed., 2006. Disponível em: https://www.englishex.com.br/post/2017/07/11/a-hist%C3%B3ria-da-l%C3%ADngua-inglesa. Acesso
em 07/06/2020.
CRYSTAL,
David; POTTER, Simeon. English Language.
Encyclopædia Britannica, inc., 2019. Disponível em: https://www.britannica.com/topic/English-language.
Acesso em 07/06/2020.
LANE,
James. Os 10 idiomas mais falados no
mundo. Disponível em: https://pt.babbel.com/pt/magazine/os-10-idiomas-mais-falados-no-mundo.
Acesso em 07/06/2020.
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