segunda-feira, 6 de abril de 2020

Série cinema: Cinema Mudo



Fotografia: Patricio Guzmán dirigindo a série documental A batalha do Chile


O PRIMEIRO CINEMA - CINEMA MUDO 
  
Amanda Felizardo Boraiko

No início do século XX, o cinema inaugurou uma era das imagens, mas quando se destacou, por volta de 1895, não tinha uma característica própria e isso fez com que se misturasse a outras formas culturais, como os espetáculos de lanterna mágica, o teatro popular, os cartuns, as revistas ilustradas e os cartões-postais. O primeiro cinema foi marcado por ter passado por uma transformação constante, a melhor maneira de caracterizar os primeiros 20 anos do cinema, de 1895 a 1915. Esse primeiro cinema testemunhou uma série de reorganizações sucessivas em sua produção, distribuição e exibição.

A história do cinema faz parte de uma história mais ampla, que engloba não apenas a história das práticas de projeção de imagens, mas também a dos História do cinema mundial 17 divertimentos populares, dos instrumentos óticos e das pesquisas com imagens fotográficas. Os filmes são uma continuação na tradição das projeções de lanterna mágica, nas quais, já desde o século XVII, um apresentador mostrava ao público imagens coloridas projetadas numa tela, através do foco de luz gerado pela chama de querosene, com acompanhamento de vozes, música e efeitos sonoros [...] (MASCARELLO, 2006, p. 16-17).

O primeiro cinema foi dividido em duas fases muito importantes, a primeira diz respeito ao “Cinema de atrações”, correspondente ao período de 1894 até 1906-1907, compreendido como a fase de criação de filmes de ficção, e a segunda parte se caracteriza por um “período de transição”, de 1906 até 1913-1915, esta última, destaca-se quando os filmes passam a se estruturar como quebra-cabeças, é o período em que as personagens deixam as ações físicas de lado e partem para ações psicológicas, busca-se passar as ideias da personagem aos espectadores.

Dentro do cinema mudo houveram várias formas de representação do primeiro cinema, como o ilusionismo, a comédia pastelão, o monumentalismo, o atleticismo, o caligarismo, o expressionismo, o construtivismo, o vanguardismo e, o documentarismo que será tratado com mais ênfase neste texto. O documentarismo era/é voltado para retratar a verdade, acontecimentos reais, pode com a representação de fatos conscientizar as pessoas sobre temas como as condições sociais e demais acontecimentos do mundo, daquela época.

Segundo Bergan (2010), “[...] os documentaristas costumam alegar que não criam um mundo, mas apenas o revelam tal como é. ” (p.23). O termo foi usado pela primeira vez por John Grierson, principal força por trás do movimento documentarista britânico na década de 1930, defendendo o gênero como “tratamento criativo da realidade” e com isso, a fim de definir Moana (1926), de Robert Flaherty. O documentarismo só começou a ser levado a sério depois da Revolução Russa (1917), quando imagens de propaganda levaram a população de todo o país ao bolchevismo – doutrina dos partidários do marxismo. O uso de documentários com fins publicitários chegou ao seu ápice durante a Segunda Guerra Mundial e com isso, fez com que o gênero se desgastasse com o surgimento da televisão. Uma dica de curta-metragem, que retrata o período de guerra na época e também com as próprias imagens, nos possibilita perceber como eram feitos os documentários, qual seja, o de Alain Resnais com Noite e Neblina (1955), que relata os campos de concentração nazistas. O autor também intercala imagens em preto e branco, com imagens contemporâneas em cores.



REFERÊNCIAS

BERGAN, Ronald. Ismos- para entender o cinema. São Paulo: Globo, 2010.
DICIO. Dicionário online de português, 2017. Disponível em: < https://www.dicio.com.br/bolchevismo/ >. Acesso em: 06 abr. 2020.
MASCARELLO, Fernando. História do cinema mundial. (org).Campinas, SP. Papirus, 2006

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